Reinaldo Santos, beneficiário do Bolsa Família, coordenou oficina sobre segurança alimentar e nutricional do Fórum Social Temático
Porto Alegre, 26 – “A ordem é não passar fome”. Não por acaso, o baiano Reinaldo Santos coordenou uma oficina com esse título, esta semana, durante o Fórum Social Temático, em Porto Alegre. Ex-morador de rua, ele sabe o que é viver em situação de extrema pobreza e agora luta para superá-la. Hoje, sobrevive com os R$ 70 do Programa Bolsa Família e com o dinheiro que consegue trabalhando no jornal Boca de Rua – iniciativa da organização não governamental Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação (Alice).
Reinaldo mora na capital gaúcha há 13 anos. Depois de enfrentar uma série de dificuldades, conseguiu ser incluído entre os beneficiários do Bolsa Família. Ele complementa a renda com o Boca de Rua, produzido por moradores de rua. Eles são repórteres, redatores, pauteiros e editores da publicação. Além disso, vendem o jornal para ter como se sustentar.
Estudante de direito, Reinaldo foi selecionado no ProUni em abril do ano passado. Recentemente, ele foi aprovado em um concurso público para o oficial administrativo da prefeitura de Charqueadas, município próximo à capital gaúcha, e agora espera ser chamado para assumir o cargo.
Atualmente, Reinaldo coordena o Fórum de Políticas Públicas para Pessoas em Situação de Rua – entidade parceira do Movimento Nacional da População de Rua. Por intermédio do orçamento participativo do município de Porto Alegre, o movimento de rua tem conquistado alguns direitos, como o acolhimento em casas de convivência e refeições em restaurante popular.
Ao coordenar a oficina no Fórum Social Temático, na quinta-feira (26), ele disse que o movimento de moradores de rua de Porto Alegre quer garantia à segurança alimentar e nutricional. Reinaldo explicou também que o título do tema do debate – “A ordem é não passar fome” – era uma homenagem ao sociólogo Herbert de Sousa, o Betinho, um dos principais ativistas da luta brasileira contra a fome, e à presidenta Dilma Rousseff, que lançou o Plano Brasil Sem Miséria.
Durante a oficina, a presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional e Sustentável de Porto Alegre, Eliete Regina Fraga da Rosa, informou que a meta da prefeitura é criar 5 mil hortas comunitárias. Até o momento a capital gaúcha tem 200.
Sandra Fontella
Ascom/MDS
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