terça-feira, 5 de março de 2013

Brasil recebe reconhecimento mundial pelas políticas de superação da extrema pobreza

Parceria com o Banco Mundial e as Nações Unidas irá criar um banco virtual de informações para levar a experiência brasileira do Bolsa Família e do Plano Brasil Sem Miséria ao restante do mundo

Brasília, 5 – “Este acordo assinado hoje reconhece o Brasil como um líder global na redução da pobreza e da desigualdade. Os avanços apresentados ao longo da última década foram notáveis e o mundo pode obter um grande aprendizado com a experiência brasileira”. A afirmação foi feita pelo presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, na manhã desta terça-feira (5), durante a cerimônia de assinatura de um acordo entre o Banco Mundial, as Nações Unidas e o governo brasileiro, para a criação de um banco virtual de informações, que irá compartilhar com o restante do mundo a experiência brasileira de superação da miséria.

A Iniciativa de Conhecimento e Inovação para a Redução da Pobreza será uma fonte de referência para outros países que pretendam construir ou aprimorar suas políticas de inclusão social com base no modelo brasileiro do Programa Bolsa Família e do Plano Brasil Sem Miséria. Além de Jim Yong Kim, o acordo de criação desse banco virtual foi assinado pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, e pelo coordenador residente do Sistema ONU no Brasil e diretor do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Jorge Chediek. 

“O Brasil tem se tornado um modelo em nível mundial de um modo de desenvolvimento exemplar”, destacou Chediek na cerimônia. “O Brasil desenhou uma política social que não é separada da política econômica ou da política geral do país. Ao contrário, essa política social é central ao projeto do país”, frisou. O presidente do Ipea, Marcelo Neri, também considera que a aliança entre a inclusão social e o projeto de desenvolvimento do país é fundamental para os bons resultados em relação à redução das desigualdades. “O combate à pobreza, no Brasil, não é uma agenda do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, é a bandeira do país.” 

A ministra Tereza Campello atribui ao Bolsa Família a principal parcela de resultados favoráveis no combate à extrema pobreza. “Ele, de fato, serve de base para construção de políticas de superação da extrema pobreza, não só por ser inovador em várias questões, mas também porque temos um entendimento de que, para que uma tecnologia social seja implementada e dê certo, ela tem que ter dimensão, impacto e escala nacional. É por isso que o Bolsa Família é uma política tão bem sucedida”, avalia. 

Marcelo Neri considera que o caso brasileiro é interessante não só em relação ao estudo da pobreza, mas também dos resultados alcançados, especialmente na última década. “Cumprimos as Metas do Milênio antecipadamente, fizemos o que deveria ser feito num espaço de 25 anos, de uma geração. É um enorme prazer poder compartilhar com os nossos filhos esse país melhor, não numa próxima geração, mas em dez anos.”

Saiba Mais
A Iniciativa de Conhecimento e Inovação para a Redução da Pobreza faz parte de um esforço global do Banco Mundial, para produção de conhecimento sistemático e compartilhamento de experiências bem sucedidas que possam ser replicadas em outros países. Além da experiência brasileira de superação da extrema pobreza, a instituição já assinou acordos semelhantes com a China, para tratar das políticas de transporte urbano, e com a África do Sul, sobre a implementação de políticas educacionais. 

No Brasil, o acordo entre o Banco Mundial, as Nações Unidas, o Ipea e o MDS irá se desdobrar em três atividades. A primeira será a criação de um repositório de conhecimento, que reunirá estudos já realizados pelo Ipea, Banco Mundial e outras instituições sobre o Bolsa Família e o Plano Brasil Sem Miséria. 

A segunda atividade se concentrará em avaliações e estudos de caso de experiências brasileiras em âmbito nacional, estadual e municipal. A intenção é examinar o que faz com que as ações sejam bem-sucedidas, que inovações adotadas têm potencial de expansão, além dos desafios, dificuldades e lições que podem ser relevantes no Brasil e no mundo. 

Na terceira etapa, a Iniciativa pretende reunir opiniões e comentários para encontrar soluções para eventuais problemas de implementação das ações e políticas de redução da pobreza, com base nas experiências do Brasil e de outros países.

“O que estamos planejando hoje aqui provavelmente não vai ser só um acordo interinstitucional, mas um instrumento para que milhões de pessoas, em algum lugar do mundo, em algum canto do nosso planeta – considerando a globalidade das instituições que estão participando – melhorem suas condições de vida aplicando os ideais do Brasil e as tecnologias sociais do Brasil”, explica o representante do PNUD no Brasil, Jorge Chediek.

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